sexta-feira, 27 de junho de 2008

Das Dores de Verão

As vezes que me pego de súbito pensando em você
é sempre a mesma história...
Uma canoa, uma mochila, um livro e uma cama.
Descendo vamos por um rio de paixão,
este cheio de curvas que revelam algumas pedras
fazendo da descida uma aventura,
fazendo da canoa um refúgio e loucura.
Paramos as margens de uma mata atlântica
com a singeleza de uma corsa.
Quanto mais por ela entramos maior ela vai ficando.
Não existem pessoas ali, somente alguns animais nocivos e
a vegetação com pomos maduros ao alcance das nossas mãos.
Exploramos um vale cheio de flores de cores jamais vistas antes,
em uma repentina euforia de desejos corremos descalços sem
Assombros do desconhecido ou receio do medo.
A noite cai quando estamos em meio a arvores de copeiras largas,
Na penumbra os vaga-lumes indicam um caminho que segue até
a cama branca que no centro de uma campina se encontra,
banhada de lua cheia, debaixo de um pé de manga.
E de tanto caminhar, cansada deita no lençol macio e descansa.
Da mochila tiro um livro grosso de histórias longas.
Ouvindo cada história você sorrindo dorme um sono profundo,
vira-se abraça o travesseiro e sonha, mas quando acorda
está em seu quarto, deitada em sua cama.
Kayo Ribas

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Por que não falamos de amor?

Não falo do amor que é fácil de ser encontrado, não falo de amor de boteco, não falo do “amor” de Puteiro, não falo do amor religioso, não falo no amor nacionalista ou do amor patriota, não falo do amor ideológico, não falo do amor de carnaval ou do amor de verão, não falo do amor que anda pelas bocar sujas de adolescentes inconseqüentes, não falo deste amor reles, esdrúxulo e capitalista que gerações cegas e burras estão construindo a séculos na história desta raça chamada de raça racional.
Falo de um amor paciente, benigno, aquele q não arde em ciúmes, que não se ufana, não se ensoberbece, que não se conduz inconvenientemente, que não procura seus interesses, que não se exaspera, que não se recente do mal, to falando do amor que não se alegra da injustiça, mas regozija-se com a verdade...
Quem falará deste amor?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Mover

Faz o mapa de sua própria psique,
desconstrói.
Totaliza em evidencia do amor,
reconstrói.
Passa tempo no conforto da loucura,
desconstrói.

Corre o mundo com a sede de saber,
Pula muro de orgulho, cai em beco de prazer.
Frisa canta sentimento e emoção,
Marca e luta com idéia e noção.

Passa tempo no conforto da loucura,
desconstrói.
Totaliza da evidencia do amor,
reconstrói.
Faz o mapa de sua própria psique,
desconstrói.

De palco em palco um assalto
ao coração da multidão.
De palco em palco uma resposta nova
a antiga desbotada indagação.

Totaliza de evidencia do amor,
reconstrói.
Faz o mapa de sua própria psique,
desconstrói.
Passa tempo no conforto da loucura,
desconstrói.

Vive como um poeta,
percepção sem razão.
Alimenta como uma flor,
luz, água e calor.

Passa tempo no conforto da loucura,
desconstrói.
Faz o mapa de sua própria psique,
desconstrói.
Totaliza com evidência do amor,
reconstrói.


Kayo Ribas.